Sobre a Síndrome de Burnout talvez você já tenha ouvido falar: é aquela que acomete o trabalhador pelo estresse e pelo esgotamento físico, causados pelo trabalho que demanda muita competitividade e responsabilidade. Mas e quanto à Síndrome de Boreout? Você já ouviu falar?
A Síndrome de Boreout, ao contrário, é causada pelo tédio no trabalho, decorrente de atividades monótonas, sempre iguais, sem estímulos que desafiem a capacidade do trabalhador.
Foram os suíços Philippe Rothlin e Peter R. Werder, em 2007, quem registraram a síndrome, causada muitas vezes pela espécie de trabalho desempenhado, rotineiro por natureza, somado à conduta do trabalhador diante dele, que acaba fazendo apenas o necessário.
O tédio no trabalho não é inofensivo e pode gerar, com o passar dos anos, além da desmotivação e insatisfação, estresse crônico, questões com a própria autoestima, depressão e doenças físicas.
No Brasil ainda é um tema novo e sem jurisprudência – pessoalmente pesquisei e não encontrei nenhuma – mas na França, por exemplo, um caso ganhou destaque.
Um empregado que trabalhava numa empresa de perfumes processou seu empregador alegando que não tinha nada de interessante para fazer no trabalho, que se sentia um “zumbi profissional” motivo pelo qual o empregado desenvolveu a síndrome, chegando a sofrer um surto de epilepsia enquanto dirigia, narrando que a culpa era do trabalho.
O Tribunal que julgou o caso deu razão ao trabalhador e condenou a empresa a pagar uma indenização no valor de 40 mil euros (aproximadamente R$ 256 mil).
Mais recentemente um clínico geral francês chamado François Baumman passou a pesquisar uma outra síndrome, chamada “Brown-Out”, a qual, segundo ele, pode atingir 40% dos trabalhadores no mundo todo. Nessa síndrome os trabalhadores simplesmente não veem qualquer sentido no trabalho que desenvolvem, o que, com o passar do tempo, também pode levar a doenças psíquicas.